Síndrome do intestino irritável: saiba o que é e quais os sintomas
O trato gastrointestinal é um tubo contínuo que conduz os alimentos da boca até o ânus. Nesse meio tempo, inúmeras reações importantes acontecem e muitas delas podem sofrer alterações do ambiente, genéticas ou até mesmo da ação de microorganismos: a síndrome do Intestino Irritável é uma dessas patologias.
Acontece que, como as estruturas desse tubo estão muito relacionadas entre si e inclusive são inervadas em sua maioria pelo mesmo nervo — nervo vago —, sintomas de doenças gastrointestinais são muito inespecíficos, o que torna difícil de localizar a dor e também de se fazer o diagnóstico. Nesse post, você vai conhecer mais sobre a síndrome do intestino irritável e seus sintomas mais comuns para saber quando é preciso buscar um especialista. Boa leitura!
O que é síndrome do intestino irritável?
A síndrome do intestino irritável (IBS) é um distúrbio comum que afeta o intestino grosso, mais comum entre os 15 e 65 anos de idade. Os sinais e sintomas incluem cólicas, dor abdominal, inchaço, gases, diarreia e constipação. A SII é uma condição crônica e, portanto, você precisará de cuidados a longo prazo se for diagnosticado com a doença.
A boa notícia é que, na maioria das vezes, a apresentação da doença não acontece em sua forma grave. Muitos pacientes conseguem manejar seus sintomas gerenciando dieta, estilo de vida e estresse. Se você apresenta sintomas muito severos, vale a pena avaliar o tratamento com medicação e acompanhamento médico.
Quais são as causas da doença?
Então, quando é possível cuidar sozinho e quando é necessário ajuda médica? Confira o que pode causar a síndrome do intestino irritável e descubra!
Contrações musculares anormais no intestino
As paredes do intestino são revestidas por camadas de músculos que se contraem enquanto propulsionam a comida através do trato digestivo. Quando essas contrações são mais fortes ou duram mais que o normal podem causar gases, distensão e diarreia. Já quando são fracas, acabam retardando a passagem de alimentos pelo tubo. Com isso, a água das fezes é reabsorvida em excesso, fazendo com que elas fiquem duras e ressecadas.
Alterações no Sistema Nervoso Central
Como já mencionado, grande parte do trato gastrointestinal é inervada pelo nervo vago. Dizemos que ele é um dos nervos cranianos, porque sua origem se dá no encéfalo, isto é, no topo da cabeça.
Assim, sinais mal coordenados entre o cérebro e os intestinos — delgado e grosso — podem fazer com que seu corpo reaja exageradamente a mudanças que normalmente ocorrem no processo digestivo, resultando em dor, diarreia ou constipação.
Inflamação dos intestinos
Algumas pessoas com a síndrome parecem ter maior número de células do sistema imunológico em seus intestinos. Por esse motivo, produzem uma resposta exacerbada aos estímulos, que causa dor e diarreia.
Em outros casos, a síndrome pode se desenvolver após uma infecção grave (gastroenterite) ou devido a um excesso de bactérias nos intestinos. No entanto, não confunda microorganismos patológicos com a microflora nativa do organismo.
Em condições normais, as bactérias nativas do intestino (microflora) não fazem mal à saúde, muito pelo contrário, pesquisas recentes têm demonstrado que elas são protetoras contra essa síndrome.
Quais gatilhos podem desencadear essa síndrome?
Agora que você já viu todos as causas da doença, confira os sintomas dela!
Alimentação
O papel da alergia ou da intolerância alimentar na SII ainda não é totalmente compreendido. Raramente uma alergia alimentar já diagnosticada provoca o intestino irritável, no entanto, muitas pessoas parecem ter sintomas piores quando comem ou bebem certos alimentos ou bebidas, incluindo trigo, laticínios, frutas cítricas, feijão, repolho, leite e bebidas gasosas.
Estresse
Os sintomas da síndrome parecem ser agravados e mais frequentes nos indivíduos que estão passando por períodos de maior estresse.
Hormônios
Não é à toa que as mulheres são mais propensas a ter SII: já foi observado que os sintomas parecem ser piores, sobretudo próximo ao período menstrual, o que aponta para uma possível influência dos hormônios.
Existem fatores de risco para a doença?
Até aqui, já falamos sobre dois fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome do intestino irritável: ser mulher e ser jovem (menor que 50 anos). Além disso, ter história familiar de SII pode indicar maior risco, tanto pelo compartilhamento de fatores ambientais quanto genéticos.
Muito tem se apostado, ainda, na influência dos problemas de saúde mental sobre distúrbios do trato gastrointestinal: como grande parte da serotonina (hormônio do bem-estar) é produzida pela microbiota intestinal, ansiedade, depressão, história de abuso sexual, físico ou emocional podem ser fatores de risco. Também é comum que pessoas com essa síndrome relatem baixa qualidade de vida.
Quais são as manifestações clínicas mais comuns?
As síndromes não se manifestam de forma idêntica em todos os indivíduos, portanto, é importante entender que os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. A maioria dos pacientes experimenta momentos em que os sinais e sintomas são piores e momentos em que eles melhoram ou até desaparecem completamente.
Abaixo, você encontra a relação dos sintomas mais frequentes:
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dor abdominal, cólicas ou inchaço;
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excesso de gases;
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diarreia ou obstipação;
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muco nas fezes.
Quando é necessário ver um médico com urgência?
Alguns sintomas são conhecidos como sinais de alarme e indicam que a doença pode ter complicado ou que alguma patologia mais séria está presente. Nos casos a seguir, é recomendável procurar um gastroenterologista:
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redução de peso;
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diarreia noturna;
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sangramento na região do reto;
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anemia ferropriva;
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vômito de causa desconhecida;
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dificuldade para engolir;
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dor persistente que não é aliviada pela passagem de gases ou movimentos intestinais.
Como prevenir a doença?
A prevenção da doença é essencial, principalmente para esse grupo que citamos anteriormente. Continue a leitura para conhecer as principais práticas para evitar a SII.
Aconselhamento médico e psicológico
Com a ajuda profissional, você pode realizar pequenas alterações de hábitos de vida, além de aprender a modificar suas respostas ao estresse. Devido às interações entre fatores emocionais e funcionamento do intestino, a psicoterapia pode proporcionar uma redução significativa e duradoura dos sintomas.
Exercícios de relaxamento progressivo
Existem exercícios que ajudam a relaxar os músculos do corpo, um por um. Na yoga, por exemplo, você pode praticar a contração e o relaxamento que se inicia nos pés e passa por todos os músculos até chegar aos olhos e couro cabeludo. Essas práticas também ajudam na redução do estresse, uma vez que você se concentra no presente e esquece das preocupações e distrações.
Dito isso, se você sofre com a síndrome do intestino irritável, é importante desenvolver o autoconhecimento e mapear possíveis hábitos e problemas emocionais que interferem em sua qualidade de vida. Embora o tratamento possa exigir o diálogo multidisciplinar entre endocrinologista, terapeuta e gastroenterologista, por exemplo, o paciente é sempre o protagonista do seu próprio tratamento, devendo levar a sério a mudança de estilo de vida.
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