Doença renal crônica: tire todas as suas dúvidas sobre esse problema

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O sistema urinário é constituído por órgãos que têm a função de produzir a urina e armazená-la até que ela possa ser excretada para o ambiente. Os dois rins são classificados como órgãos secretores, tendo em vista que têm a função de retirar impurezas do sangue e formar a urina para eliminá-las. Além disso, existem os órgãos excretores, responsáveis pelo seu transporte e armazenamento.

Qualquer problema nessas estruturas pode gerar um prejuízo nas atividades dos rins. Se a agressão persistir, a pessoa pode evoluir para uma insuficiência renal, ou seja, perda total de função renal. Neste post, abordaremos o que é a insuficiência renal crônica, suas principais causas, como é feito o diagnóstico e o tratamento, entre outras informações importantes. Confira!

O que é insuficiência renal crônica?

A insuficiência renal é a perda progressiva da função dos rins, que normalmente acontece de maneira lenta. Esses órgãos são responsáveis por filtrar o sangue, retirando toxinas e substâncias em excesso, como a água e eletrólitos, do organismo para que a saúde seja mantida em equilíbrio.

Por diversos motivos os rins podem ser lesados e, assim, a sua atividade diminui. Quando ela se torna perigosamente baixa, fala-se que a pessoa entrou em insuficiência renal, tendo em vista que o trabalho desses órgãos não é mais capaz de suprir as necessidades de forma ideal do corpo humano.

A insuficiência renal pode ser classificada de acordo com a taxa de filtração glomerular. Esse exame mede a quantidade de mL filtrado por minuto e determina o grau de insuficiência.

Insuficiência renal leve

Essa é a fase inicial da perda de função dos rins. Não há sintomas ou sinais importantes e o paciente mantém níveis de creatina e ureia (usados para avaliar a função renal) normais. Nesse caso, a taxa de filtração glomerular está entre 60 e 89 mL/min.

Insuficiência renal moderada

Conforme a doença progride, o paciente passa da fase leve para a moderada. Assim, surgem alguns sintomas leves, embora a pessoa se mantenha clinicamente saudável. Geralmente já há indícios, como os níveis elevados de ureia e creatinina. A taxa de filtração glomerular para essa fase é de 30 a 59 mL/min.

Insuficiência renal severa

Nessa fase da doença o paciente apresenta sintomatologia intensa da doença, o que prejudica a sua qualidade de vida. A faixa corresponde a 15 a 29 mL/min.

Insuficiência renal crônica

Ao chegar nesse ponto, os rins não são mais capazes de regular as suas próprias funções. A falta do seu trabalho é incompatível com a vida, pois a taxa glomerular é muito baixa, sendo inferior a 15 mL/min. Nesses casos, é fundamental que o paciente faça diálise enquanto espera por um transplante renal.

Quais são as causas desse problema?

Diabetes

Uma das principais causas de insuficiência renal crônica é o diabetes descontrolado. Essa doença é caracterizada pelos altos níveis de glicose no sangue, o que é extremamente tóxico para vários órgãos, incluindo os rins. De forma geral, o diabetes lesa os vasos que irrigam os rins de forma lenta e gradual.

Com essa alteração, a capacidade de filtração do sangue diminui progressivamente. No curso da doença torna-se cada vez mais difícil eliminar o excesso de água e sal do organismo. Nesse caso, a doença é chamada de nefropatia diabética.

Hipertensão arterial

Conhecida popularmente como pressão alta, a hipertensão arterial é outra doença que comumente causa insuficiência renal. A pressão arterial é a força exercida nos vasos quando o coração bombeia o sangue, sendo mais forte nas artérias e menos presente nas veias.

O problema é que, quando essa pressão é muito elevada, pode danificar os vasos de todo o corpo, inclusive os dos rins, que são muito sensíveis. Assim, também há prejuízo da atividade renal e cada vez mais se filtra menor quantidade de sangue.

Inflamações e infecções

Algumas inflamações, sejam de origem autoimune ou devido à ação de patógenos, podem causar problemas na estrutura dos rins. É o caso das nefrites, glomerulonefrites, infecção renal e doenças autoimunes, como o lúpus.

Entre outras causas estão o uso excessivo de algumas medicações e substâncias tóxicas e problemas anatômicos que causam refluxo da urina, por exemplo.

Como é feito o diagnóstico?

Como falado, a doença renal crônica piora lentamente. Assim, nos estágios iniciais pode-se não notar os sintomas, mesmo que a perda de função renal já esteja ocorrendo. Em alguns casos, a percepção do quadro clínico demora tanto que o paciente só descobre a doença quando tem apenas um quinto da função do seu rim.

Os sintomas iniciais incluem:

  • mal-estar;
  • cansaço;
  • dor de cabeça;
  • náuseas;
  • falta de apetite.

Com a progressão do quadro, é comum que o paciente perceba:

  • inchaço;
  • pele de cor anormal;
  • alterações na quantidade de urina;
  • dificuldade de concentração e para pensar;
  • coceiras;
  • cãibras musculares;
  • falta de ar;
  • tremores;
  • sede excessiva;
  • dificuldade para dormir;
  • mau hálito;
  • dormência, principalmente nas mãos e pés.

Quando o paciente chega ao consultório com um quadro semelhante ao citado, é natural que sejam pedidos exames para investigar a função renal. No entanto, a maioria dos diagnósticos ocorre ao acaso como, por exemplo, em consultas de rotina de pacientes diabéticos e hipertensos. Afinal, problemas renais são comuns nesse grupo.

Para tanto, o médico solicita os níveis de creatinina, ureia, nitrogênio, albumina, glicose e outros eletrólitos. Além disso, normalmente pede-se exame de urina completo. Por fim, de acordo com as causas da doença, é possível que o paciente seja submetido a uma tomografia computadorizada ou um ultrassom, por exemplo.

Existe tratamento efetivo para essa doença?

Primeiramente, é preciso descobrir a doença de base, ou seja, que está causando a insuficiência renal. No caso da diabetes, é fundamental controlá-la, o que pode ser feito com dieta e medicamentos orais para diminuir a glicose sanguínea ou insulina. O mesmo serve para a hipertensão e, nesse caso, são usados remédios que diminuem a pressão arterial.

O paciente com insuficiência renal também precisará de uma dieta especial, assim como outras medicações para tratar os sintomas. Se houver edema (inchaço), por exemplo, será usado um remédio para esse fim. É importante abandonar o cigarro, álcool e outras drogas.

Infelizmente, as partes lesadas do rim jamais retornam ao seu funcionamento normal. Sendo assim, se a função já está muito comprometida, o paciente precisará realizar diálise ou um transplante renal. A diálise é feita por uma máquina que tem a função do rim cerca de 3 a 7 vezes por semana.

Como visto, a insuficiência renal crônica é um quadro bastante grave que compromete a qualidade de vida do paciente. Para evitá-la, é fundamental fazer consultas de rotina periódicas. Afinal, nelas o médico poderá detectar qualquer problema e intervir precocemente, evitando que os rins percam toda a sua capacidade de filtrar o sangue.

Se você ainda não realizou o seu check-up anual, não deixe de marcar uma consulta! Entre em contato!

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